A transformação do transporte público coletivo em pauta aqui

Um dos painéis desenvolvidos no Congresso de Mobilidade Urbana Arena ANTP 2023,

O momento da mudança no transporte público coletivo brasileiro, com a moderação de Ulisses Bigaton, assessor de Comunicação da NTU, teve como conferencistas dirigentes da entidade, que puderam discorrer sobre assuntos pertinentes a esse momento de transformação. 

 

A diretora de Mobilidade Urbana da SEMOVE (RJ) e conselheira de Inovação da NTU, Richele Cabral, respondeu sobre as soluçõespara o financiamento dos sistemas de transporte. “Bom, barato e de boa qualidade. É isso que buscamos, mas ainda enfrentamos uma tarifa cara para quem paga e que não remunera quem precisa”, disse ela. 

 

Também salientou a aceleração das mudanças efetivas no setor provocada pela  pandemia, entre elas a separação da tarifa pública paga pelo passageiro, da tarifa que remunera a prestação do serviço pelos operadores, além dos subsídios públicos. 

 

“A pandemia escancarou as necessidades do nosso setor, como a nova forma de custeio do transporte, indo além da tarifa do passageiro pagante, que era um movimento que vinha amadurecendo e foi acelerado com a crise sanitária. À época, apenas oito cidades praticavam subsídios e hoje são mais de 200 cidades com tarifas mais baratas, e essa é uma forma eficaz de atrair novos passageiros e resgatar a confiança do consumidor brasileiro”, completou. 

 

Richele também falou sobre a Tarifa Zero, modelo já adotado por quase 100 cidades brasileiras. “A tarifa zero tem muitas vantagens, mas é preciso cautela, porque ela pode ser efetiva em algumas localidades, mas é necessária uma análise criteriosa para uma execução efetiva e a implantação de um modelo realmente eficiente e consistente”, ou seja, cada realidade deve ser estudada com cuidado. 

 

Luis Alberto Lenz Cesar, presidente da CWBus de Curitiba (PR) e conselheiro de Inovação da NTU, tratou da questão energética e destacou a importância do planejamento como fundamental na implementação de novas frotas de ônibus elétricos, que exigem novos modelos de operação. “O cenário propõe investimentos em um transporte mais moderno e arrojado, mas é primordial que esse processo seja feito com responsabilidade e visão de longo prazo”, disse ele. 

 

O presidente do Conselho de Inovação da NTU e conselheiro da NTU, Edmundo Pinheiro, comentou sobre o modo como os modelos de contratação implementados em outros países viraram vitrines no Brasil. “Temos exemplos positivos nas cidades de Bogotá, na Colômbia, e Santiago, do Chile, que implementaram novos modelos de contratos e influenciaram mudanças nos formatos dos negócios realizados aqui Brasil, introduzindo inovação na forma de contratar serviços no setor.” 

 

Também foi a oportunidade de o executivo detalhar outro exemplo, desta vez apresentando ao público um casode Goiânia (GO), onde atua como operador do transporte urbano.  

 

“Em Goiás foi sancionada há pouco a lei que propõe a divisão entre provimento de frota e a operação. A intenção é viabilizar uma estrutura financeira para investimentos de mais de R$ 1,3 bilhão, recurso destinado à renovação de toda a frota, introdução de veículos elétricos e melhorias na infraestrutura regional, para superar a crise histórica que degradou dezenas de contratos. 

Ainda foram discutidos assuntos como a Tarifa Zero, que vem ganhando cada vez mais cidades adeptas a esse mecanismo, bem como a descarbonização e o Marco Legal dos Transportes, a matéria na íntegra, você pode acompanhar em nossa edição 42, da Revista Sou + Ônibus, confira.