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01/04/2024
O orçamento da prefeitura para 2024 foi aprovado na última sessão do legislativo paulista em dezembro. O valor total que será usado pelo município no ano que vem é de R$ 111,8 bilhões – 16,6% maior que os R$ 95,8 bilhões aprovados para o ano de 2023.
Na área de mobilidade urbana, uma das mais complexas na capital paulista, entre os destaques, está o custeio do sistema de transportes que vai ter R$ 5,1 bilhões. A tarifa de R$ 4,40 deve ser mantida por mais um ano, além da tarifa zero aos domingos, o que deve consumir R$ 500 milhões em subsídio.
Já a eletrificação da frota de ônibus, vai contar com R$ 2,5 bilhões do Orçamento 2024, mas terá cobertura de empréstimos nacionais e internacionais. Porém, ainda não há infraestrutura suficiente para a meta de 2,6 mil ônibus elétricos.
Os subsídios ao sistema de ônibus, de R$ 5,1 bilhões, um recorde histórico, mas que deve ser insuficiente. Isso porque, somente neste ano de 2023, já foram desembolsados cerca de R$ 5,5 bilhões. O que sinaliza ser necessário remanejar dinheiro de outras áreas para complementar os subsídios. Neste ano, o sistema de ônibus em São Paulo está custando em torno de R$ 11 bilhões e, no ano que vem, deve ter custos de R$ 12 bilhões para ser operado.
Para este ano, por exemplo, a prefeitura tinha reservado somente R$ 2,5 bilhões em subsídios.
Domingo – Tarifa Zero em SP
A Tarifa Zero aos domingos não está contabilizada nos R$ 5,1 bilhões de subsídios. Os R$ 500 milhões serão um subsídio à parte em 2024. Serão deixados de serem arrecadados R$ 283 milhões com a Tarifa Zero aos domingos.
Manter os ônibus aos domingos sem tarifa, vai custar bem mais que os R$ 283 milhões. Como cerca da metade dos custos é subsidiada, logo, pelos padrões de demanda e frota de hoje, os R$ 500 milhões devem cobrir a Tarifa Zero aos Domingos.
Mas, se a demanda de passageiros começar a aumentar muito, vão ser necessários futuramente mais ônibus e mais motoristas, o que vai ampliar os custos.
O prefeito Ricardo Nunes diz que a ociosidade dos ônibus ainda é grande aos domingos. Antes da Tarifa Zero, era de apenas 40% de ocupação, segundo Nunes. No primeiro domingo de gratuidade total, a quantidade de passageiros nos ônibus, segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, subiu 35%, em média, passando de 2,2 milhões para R$ 2,9 milhões.
Se a demanda continuar subindo nesse ritmo, em algum momento, nem que seja em algumas linhas, a quantidade de ônibus vai ter de aumentar e, com isso, os custos.
Subsídios para eletrificação
Os ônibus elétricos na cidade de São Paulo tem um cenário ainda indefinido. A prefeitura tem uma meta de 2,6 mil coletivos movidos à eletricidade, mas isso custa em torno de R$ 8 bilhões, o que suplanta até o orçamento total destinado à mobilidade.
O financiamento da eletrificação em São Paulo apresenta os seguintes números: R$ 5 bilhões provenientes do BNDES (50%) e BID, em conjunto com o Banco Mundial (50%). Mais R$ 250 milhões do Banco do Brasil e R$ 500 milhões da Caixa Econômica Federal. A prefeitura dará contrapartida de R$ 165 milhões.
Outro desafio que se apresenta em 2024 e nos anos seguintes, é o de infraestrutura pra a eletrificação. Um estudo da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e pareceres de fabricantes mostram que se 50 ônibus elétricos carregarem as baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, vai faltar luz na casa das pessoas, podendo cair a energia em bairros inteiros.
Para resolver essa questão, as redes dos bairros de baixa e média tensão devem ser transformadas em alta tensão e colocar na região das garagens subestações de energia específicas, a exemplo das linhas de trem e de metrô.
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