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05/03/2025
Os riscos do transporte de passageiros por moto, conhecido como mototáxi, e que está operando de forma irregular na cidade de São Paulo, não está limitado ao fato do alto número de acidentes envolvendo esse tipo de veículo, mas também, ao possível contágio com diversas doenças que os passageiros poderão sofrer ao compartilharem o capacete disponibilizado durante as viagens.
A Dra. Rafaela Mendonça, mestre e doutora formada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo conversou com a Rádio Ônibus e alertou para esse perigo.
“Os microrganismos, que podem causar diversas doenças, estão presentes mesmo sem que possamos vê-los a olho nu. O capacete é um equipamento de proteção individual e, por isso, deveria ser de uso exclusivo. Entretanto, no serviço de mototáxi, o compartilhamento é inevitável. O que nos preocupa são os riscos que isso pode trazer à saúde. Acabamos de passar por uma pandemia e aprendemos muito sobre higiene e prevenção, mas, infelizmente, muitas dessas lições são esquecidas com o tempo”, afirma ela.
Conforme alerta a especialista, são inúmeras as doenças que podem acometer os usuários deste tipo de transporte. “Podemos citar infecções fúngicas, como micoses, pois o capacete proporciona um ambiente quente e úmido ideal para o crescimento de fungos. Além disso, há infecções bacterianas causadas pelo contato direto do couro cabeludo com a superfície contaminada do capacete”, diz a Dra. Rafaela.
Também há a possibilidade de transmissão de vírus, como o HPV e o herpes simples, caso a pessoa tenha lesões no couro cabeludo.
“Sem contar infestações parasitárias, como piolhos, que podem permanecer no forro interno do capacete. Além desses riscos, há também alergias, que podem ser desencadeadas pelo acúmulo de suor, sujeira e até mesmo por produtos químicos usados na higienização inadequada do capacete. Além disso, doenças respiratórias, como a Covid-19, também podem ser transmitidas caso o capacete esteja contaminado”, conta.
Mesmo os motociclistas, que utilizam o próprio capacete todos os dias, devem ter medidas de higiene regulares para mantê-lo livre de contaminação. Para o uso do capacete por diversas pessoas, como sugerido no transporte individual por mototáxi, a questão fica muito complicada, quase que impraticável, já que não há uma política pública, ou mesmo regulamentação do serviço na capital paulista.
Mais detalhes desta entrevista na edição impressa da Revista Sou + Ônibus, número 49.
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