A urgente renovação da frota de ônibus

09/04/2023

A urgente renovação da frota de ônibus

O Anuário NTU 2022 – 2023, que traz a série histórica produzida há 27 anos pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, apoiada pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros de São Paulo (FETPESP), apontou que a frota de ônibus urbanos no Brasil tem a idade média mais alta dos últimos seis anos. Os problemas para a renovação da frota decorrem da perda significativa de passageiros, principalmente no período da pandemia do coronavírus, com a consequente queda da receita operacional, e das dificuldades de o setor obter financiamentos. Em 2019, eram realizadas 33,2 milhões de viagens por passageiros pagantes ao dia no país. Esse número caiu para 22,4 milhões em 2021.

 

 

Foi  divulgado, recentemente, que o governo federal pode anunciar, neste mês de setembro, a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), por meio do Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial) oferecer, até 2028, planos de financiamento para a renovação da frota, com aquisição de ônibus e caminhões elétricos, dentro da chamada “Rota 2030”, que contará com linhas de crédito no valor de R$ 106 bilhões, incluindo também, nesse valor, o financiamento de automóveis elétricos.

 

 

Esse programa de descarbonização prevê o desenvolvimento de veículos (ônibus e carros, especialmente) com baterias que apresentem maior autonomia e com preços mais acessíveis.

 

 

Os desafios da descarbonização da frota de ônibus no Brasil foram tratados por especialistas durante o Seminário Nacional NTU, realizado no começo de agosto passado. Os técnicos apontaram a falta de incentivos para a adoção de ônibus elétricos, que custam três vezes mais que o veículo movido a diesel, além da falta da infraestrutura necessária para receber e operar esse novo modelo de transporte.

 

A abertura de linhas especiais de financiamento dos ônibus elétricos pode ser um primeiro passo para uma política nacional de descarbonização, que leve em conta não só a necessidade de uma infraestrutura que priorize o transporte coletivo, mas, também, equilibre os custos operacionais e atenda as necessárias alterações nos contratos com as empresas operadoras, para que esse processo de mudança tecnológica alcance, realmente, as metas pretendidas.

 

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