A SEGURANÇA DOS PASSAGEIROS MERECE PRIORIDADE

A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (FETPESP) encaminhou, no último dia 10 de fevereiro, solicitação ao Tribunal de Justiça para inclusão da entidade como parte interessada no processo judicial movido, pela Prefeitura de São Paulo, contra as empresas de aplicativos, que querem a liberação dos serviços de mototáxis na capital.

A FETPESP ressaltou, em sua argumentação ao tribunal, que esse tipo de serviço pode gerar um maior número de acidentes de trânsito na cidade, além “do potencial impacto adverso significativo nos serviços públicos de transporte de passageiros em operação”.

É surpreendente que algumas, poucas, entidades e especialistas do setor de transportes de passageiros saiam em defesa do serviço de mototáxi na cidade de São Paulo.  Alegam, para tanto, que o transporte coletivo por ônibus, um serviço essencial e estratégico para a mobilidade urbana, é precário, demorado, e não atende a população mais carente que reside nas regiões mais periféricas.

Esquecem, ou fingem esquecer, que a motocicleta é um transporte individual, que, assim como os automóveis, contribuí com a poluição e com os congestionamentos das vias, prejudicando o fluxo dos ônibus, que deveriam receber investimentos para melhoria operacional e total prioridade no tráfego das cidades, possibilitando ganhos de eficiência, com redução dos tempos de viagens.

Não citam, também, os inúmeros acidentes registrados pelo Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito (INFOSIGA), do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP), que mostram que, de janeiro a dezembro de 2024, ocorreram 6.099 óbitos em acidentes de trânsito, 12% a mais do que no mesmo período de 2023, e que, desse total, 2.626 foram de motociclistas.

A FETPESP continua alertando para os graves impactos que a liberação do mototáxi pode gerar na segurança e na saúde daqueles que utilizarem esse serviço para realização de suas viagens, em detrimento do transporte regular e fiscalizado.

Retomamos, assim, neste mês de fevereiro, a campanha “Sua Segurança Não Pode Ser Passageira. Vá de Ônibus!”, lançada, inicialmente, em meados de 2023 e desenvolvida em parceria com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT), sempre na defesa do respeito à legislação de trânsito e do transporte público regido por regras, respeitadas pelas empresas que prestam esse serviço aos passageiros.